O começo de um fim

01/07/2014 19:47

E foi o fim. Foi como acordar de um conto de fadas escrito para nós na infância. Ou talvez uma novela juvenil. A mente traduz como mais uma boa história, experiências que dividimos com as amigas mais novas; o coração entende como algo dolorido, um fogo que ardeu, queimou e de repente cessou, deixando brasas incandescentes que insistem em não se apagar.

As tardes de domingo não eram mais as mesmas, os minutos doíam a cada passagem, a distância era longa demais.  Dava para se sentir aprisionada estando livre. A sensação era de alguém presente, mas que não estava mais ali.

Haveria um jeito de prevenir? De premeditar? De medir exatamente a hora em que a compatibilidade acaba? Seria por alguma atitude específica, ou uma coleção delas? Coisas do destino? No entanto, entender esse tipo de coisa não resolveria a questão final. Poderíamos ficar mais atentos, menos entregues. Mas para que? Se viver o fogo ardente é tão bom para a alma, para um coração jovem, livre e cheio de vida.

Era uma atração irracional, uma prova de que corpos sedentos de paixão se fundem num só estado de ebulição. Era uma aventura liberta, uma coleção de prazeres, uma relação de contentamento quase lúdico que, apesar da intensidade, não deixou o encanto de sua fase precedente para trás.

A cada encontro, uma nova surpresa. A mesma ansiedade de encontrar o paquerinha do colégio, do primeiro beijo, de pegar na mão.  Algo inocente, quase puro, sem nenhuma pretensão. Escutar sua voz ao anoitecer era uma assanhada necessidade. Um ‘ boa noite’ tenro que se fazia arrepiar a alma com sua voz rouca e máscula.

As flores traduziu o tamanho encanto que o primeiro encontro causou. Resultado de dezenas de conversas virtuais e um bate papo sem fim. Era o começo de uma grande história.